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Mostrando postagens de janeiro, 2024

Perda, Injustiça e Tristeza

Perda, injustiça e tristeza são dores bem diferentes das dores físicas sob vários aspectos. Mesmo assim, elas têm algo em comum, como o fato de serem mais ou menos visíveis, deixarem cicatrizes mais ou menos profundas e durarem pouco ou uma eternidade. Assim como muita gente, tenho usado o álcool como lenitivo, o mesmo álcool que associado à moto e à velocidade, tirou a vida do meu filho. Perda Perdi meu filho Gabriel que estava com quase 42 anos no dia 12 de janeiro de 2024. Na nossa região, nos últimos meses, muita gente tem sofrido perdas em decorrência do mau tempo. Tanto perdas materiais quanto vidas. Situações trágicas. Muitas perdas, muito sofrimento. Vários perderam filhos inclusive, como eu perdi o meu, por motivos diferentes. Mas a dor da perda nos atinge da mesma forma. O Gabriel, já naturalmente uma pessoa triste, perdeu um grande amigo de infância, o Feijão, em decorrência das chuvas torrenciais e suas consequências. E além de outras dores, ele tentava lidar com mais essa ...

Meu filho morreu

  Meu filho Gabriel morreu. Os amigos o chamavam de Gargamel, ou simplesmente Garga. Um acidente de moto incompreensível lhe tirou a vida. E todos nós aqui ficamos com as nossas próprias vidas com menos sentido, com menos valor. Pois a vida dele era parte da nossa. Agora ficam as lembranças, mas não teremos mais as contribuições da vida dele sobre as nossas. E isso fará muita falta, muita mesmo. Para muita gente. O Gabriel era muito talentoso, excelente baterista. Podem ver por si mesmos, não precisam confiar na minha opinião coruja. (https://www.youtube.com/@GabrielPortoDrummer) Sempre teve muita facilidade para aprender e uma memória privilegiada. Era notável sob vários aspectos. Mas era uma pessoa triste, pelo menos eu achava. E como pai, eu queria que ele tivesse muito mais alegria. Raramente o vi alegre, rindo sem freios. Na verdade, não lembro de ter visto. E isso é uma das coisas que mais me dói, como pai. O quanto eu contribuí para essa tristeza? Ou quanto eu poderia ter fe...