Meu filho morreu

 Meu filho Gabriel morreu. Os amigos o chamavam de Gargamel, ou simplesmente Garga.

Um acidente de moto incompreensível lhe tirou a vida.


E todos nós aqui ficamos com as nossas próprias vidas com menos sentido, com menos valor. Pois a vida dele era parte da nossa.


Agora ficam as lembranças, mas não teremos mais as contribuições da vida dele sobre as nossas. E isso fará muita falta, muita mesmo.

Para muita gente.


O Gabriel era muito talentoso, excelente baterista.

Podem ver por si mesmos, não precisam confiar na minha opinião coruja. (https://www.youtube.com/@GabrielPortoDrummer)


Sempre teve muita facilidade para aprender e uma memória privilegiada. Era notável sob vários aspectos.


Mas era uma pessoa triste, pelo menos eu achava. E como pai, eu queria que ele tivesse muito mais alegria.

Raramente o vi alegre, rindo sem freios. Na verdade, não lembro de ter visto. E isso é uma das coisas que mais me dói, como pai.


O quanto eu contribuí para essa tristeza? Ou quanto eu poderia ter feito para dissipá-la e não fiz?


Perguntas sem resposta, mas são perguntas que doem. Tanto quanto a ausência definitiva dele.


Sim, meu filho morreu.


Comentários

Unknown disse…
Como pais, nós sentimos a obrigação de fazer nossos filhos felizes e nos sentimos culpados quando eles não são. Com certeza algumas das tristezas deles são consequências dos nossos erros mas não adianta: a partir de um certo ponto da vida o que acontece com eles está fora do nosso controle. De qualquer modo, a morte de um filho sempre me pareceu uma coisa errada, uma transgressão. Lembro quando morreu o Pedro Gil (que casualmente era baterista) o Gilberto Gil disse que a ordem natural da vida é os filhos enterrarem os pais.

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